domingo, 18 de novembro de 2012

MS: ABOBOREIRA E A JAQUEIRA.


 A 

                     Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Hebreus 10:36.
            A Aboboreira e a Jaqueira foram plantadas num mesmo dia, pelo mesmo agricultor; uma perto da outra. Germinaram e nasceram num mesmo tempo, porém, com grande diferença entre si. A Aboboreira logo se espalhou pelo chão, se ramificou para todos os lados, com folhas grandes e peludas. Enquanto a Jaqueira ainda se dividia em dois pequenos galhos.
            Passado um tempo a Aboboreira tomava toda a área do terreno e logo começou a florir; e a seguir, depois das flores, apareceram-lhe as pequeninas abóboras. Isso aborreceu grandemente a Jaqueira, e olhava a Aboboreira com inveja, pois assim pensava: Nascemos juntas, num mesmo campo, somos tratadas pelo mesmo agricultor. Mas é ela que está florida e dando frutos, e eu ainda sou pequena, ela já passou até pelo meu pé e se enrolou em mim! Eu quero ser como ela!
            Passado mais um tempo a Aboboreira estava cheia de abóboras grandes, médias, pequenas, e outras ainda com a sua flor. A Jaqueira ficou sobremaneira inconformada com ela mesma, pois ainda que já tivesse muitos galhos, ela era pequena. Mas, a Aboboreira, grande!
            O agricultor já não cuidava mais da Jaqueira, mas olhava entre os ramos da Aboboreira, procurando abóboras, e achando muitas. Isso deixava mais ainda entristecida a Jaqueira!
            Passado mais um tempo, as folhas da Aboboreira começaram a murchar, foram secando e morreram, já não havia nela nenhuma flor, porém, em seus lastros havia muitas abóboras maduras. Passado um tempo, veio o agricultor e cortou o pé da Aboboreira bem junto da sua raiz. Colheu as abóboras do seu lastro, embolou o que sobrara das suas folhas, abriu uma cova e a cobriu com terra.
            Nesse tempo a Jaqueira estava viçosa, verdejante! Ela se balançava toda com o sopro do vento, e ainda molhada pela chuva que caíra à noite, estava como uma menina de doze anos que começa a entrar na puberdade! E por isso não se importou com o fim da Aboboreira!
            No mês seguinte, voltou o agricultor àquele lugar e plantou ali novas sementes de abóbora. Isso se deu por três anos consecutivos. O agricultor plantava, cuidava, colhia as abóboras, e cortava o seu pé e enterrava no chão os seus restos. Tudo isso era observado pela Jaqueira invejosa!
            Porém, no terceiro ano, quando veio plantar uma nova Aboboreira, plantou também uma Nova Jaqueira. E elas nasceram e cresceram, e vendo a Jaqueira Nova que a Aboboreira dava flores e frutos, pensou consigo mesma: Ela é tão jovem e já está cheia de frutos, e teve compaixão da Aboboreira.
            A Jaqueira Antiga prometeu a si mesma que daria frutos naquele ano; custasse o que custasse! De qualquer maneira ela daria frutos naquele ano! Estava cheia de inveja das Aboboreiras! E não considerava o pequeno tempo de duração de suas vidas.
            Então, se esforçou muito a Jaqueira e floriu e deu frutos, antes do tempo da sua juventude, mas no princípio da sua puberdade! Os seus galhos ficaram carregados de jacas, e com os frutos ainda pequenos os seus galhos já se envergavam com o peso dos frutos. A Jaqueira nem se importava com os seus frutos; ela queria ser vista pela a Aboboreira, pela Jaqueira Nova e pelo agricultor. Era sem juízo e irresponsável a Jaqueira Antiga. A inveja cobria o seu entendimento!
            A Jaqueira Nova teve Compaixão da sua colega: Da Jaqueira Antiga! E numa certa noite houve uma grande tempestade, com relâmpagos, fortes chuvas e ventos furiosos, e os seus frutos que eram muitos e de grandes pesos, quebraram todos os seus galhos, e caíram inutilmente, ainda verdes!
            Assim muitos anos se passaram, muitas Aboboreiras foram ali plantadas e deram frutos, e foram arrancadas no tempo certo. E chegou a vez da Jaqueira Nova dá o seu fruto! Ela havia completado a maior idade. E ficou carregada de frutos e era visitada pelo agricultor, pelos pássaros. E exalava o seu cheiro. Porém, a Jaqueira Antiga nunca mais teve galhos, mas permaneceu com seu tronco numa só haste para cima, e nunca mais deu fruto.
            Então, a Jaqueira Antiga considerou o seu procedimento, e achou justo o que havia acontecido com ela. Pois entendeu que cada um de deve dar o seu fruto no tempo certo. Deve esperar o tempo de cada estágio da vida e não se antecipar, para não sofrer as conseqüências da precipitação.
            A vontade de Deus deve prevalecer sobre tudo em nossas vidas. Ele é Digno e Fiel para cumprir o que nos prometeu. Espere no Senhor e tenha paz! Amém! José Corrêa. 07.05.2010.

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