quarta-feira, 30 de setembro de 2015

POESIA: TORTURADO! – 082– FAR X.


                        No século passado, fui encarcerado e com força lançado num poço!
                        Anestesiado, dormi acordado, e fui condenado como um vagabundo!
                        E ninguém me percebeu!
                        Como que eu não fosse eu. E o tempo correu!

                        Não fiquei sozinho, pois dos meus vizinhos, ouvia os gemidos,
                        Com dores de dentro, vinham pelo vento, bem aos meus ouvidos.
                        Não fui revolucionário, nem fui outro otário, mas me fizeram mal!

                        Num copo pequeno, deram-me do veneno, que me entorpeceu,
                        Que me pôs tão louco, e me derrubou,
                        com chutes e socos o mau professor!
                        Fui torturado e falei forçado o que não sabia; estava mui dormente,
                        Como uns dementes, me mostravam gente que eu não conhecia.

                        Fui condenado sem saber a que!
                        Sem nenhum motivo furaram o meu ouvido
                        Com um telefone, quando perguntaram
                        e eu respondi qual era o meu nome!
                        Eu nem via o dia, nem se escurecia, pois na cela fria não havia luz;
                        Com muita zombaria,
                        eles me batiam com o rosto coberto, na escuridão!

                        Surraram-me tanto que até hoje eu manco do meu calcanhar,
                        Quebraram-me os dentes, bem aqui da frente,
                        e não me davam nada para mastigar!
                        Só comia sopa, uma coisa louca, punham-me na boca,
                        para eu não morrer.
                        Mas eu venci a batalha e me livrei da mortalha num dia,
                        logo ao amanhecer!

                        Hoje eu tenho boa vida, mas ainda me dói,
                        e as feridas não querem cicatrizar!
                        Pois eu fiquei bem marcado, torto, e mutilado,
                        e ainda manco do meu calcanhar!
                        Tenho pesadelo constante de noite
                        e quando se apagam as luzes do meu lugar.

                        Porque volto a sentir dor dos socos
                        e chutes levados na boca do mau professor!
                        Não sei se devo ou se posso, eu sei é que muito me esforço,
                        e quero tudo esquecer,
                        Pois ainda não sei nada, nem conheço a mão malvada;
                        e nem quem foi me socorrer!
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