Quando eu
morrer, quero continuar vivendo.
O meu olho
esquerdo dê àquele velho moreno.
O direito,
o nenê que nasceu sem a visão.
Os meus
rins dê àquelas duas moças amarelas.
O fígado dê
àquele nordestino da Paraíba.
E o
coração? Dê agora a quem tiver melhor história.
Quero
aproveitar a minha vida e partir sem despedida!
Àquela mulher
flácida dê a minha pele da barriga.
Do meu
nariz comprido e fino, dê a parte,
A qual
precisa o nariz desse menino.
E o meu
juízo mediano e moderado?!
Esse não o
dê para ninguém. Está muito censurado!
Mas, eu lhe
peço, faça tudo com muito carinho!
Como a ave que cuida dos seus filhotes no seu
ninho.
Quero me
sentir em cada vida um pouquinho.
E não se
preocupem comigo, porque não estou sozinho!
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