sexta-feira, 22 de novembro de 2013

POESIA: DOAÇÃO - 13 – FAR II. 1990.

    Quando eu morrer, quero continuar vivendo.
    O meu olho esquerdo dê àquele velho moreno.

    O direito, o nenê que nasceu sem a visão.
    Os meus rins dê àquelas duas moças amarelas.

    O fígado dê àquele nordestino da Paraíba.
    E o coração? Dê agora a quem tiver melhor história.

    Quero aproveitar a minha vida e partir sem despedida!
    Àquela mulher flácida dê a minha pele da barriga.

    Do meu nariz comprido e fino, dê a parte,
    A qual precisa o nariz desse menino.

    E o meu juízo mediano e moderado?!
    Esse não o dê para ninguém. Está muito censurado!

    Mas, eu lhe peço, faça tudo com muito carinho!
    Como a ave que cuida dos seus filhotes no seu ninho.

    Quero me sentir em cada vida um pouquinho.
    E não se preocupem comigo, porque não estou sozinho!

    WWW.BLUGGER – jcorreasomente.blogspot.com.br 

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