domingo, 20 de janeiro de 2013

POE: INDIGENTE AMADO!


            A Cidade amanheceu chorando! O morro desceu sem querer,
            E trouxe consigo os barracos; e eu não sei onde encontro você.
            Estou na calçada da rua; não sei onde foi o meu lar!
            Agora sem ter documento, não posso também trabalhar.

           Eu vou aceitar um abrigo, para ganhar referência.
           Perdi os meus documentos e estou como quem tem doença!
           São muitos os desabrigados, e eu nem consigo chorar.
           Ainda estou tão confuso; não sei o vão me falar!
                              
           A chuva voltou a cair, e o morro ainda corre perigo.
           Desci e não posso subir, e ninguém me falou de abrigo.
           Amanhã, como vou trabalhar? Eu estou de camisa e calção;
           Nem calçado eu tenho nos pés. Há em mim a maior confusão!
               
           Estou como um desconhecido, e não posso me apresentar;
           Pois não sei afirmar quem eu sou, e nem sei se vão me procurar!
           Será que eu vivo, ou sou morto? Ninguém parou para falar comigo!
           Eu só ouço falar sobre corpos e que há muitos correndo perigo.

           Ó meu Deus, me sacode e me acorda! Eu não quero ficar como estou.
           É tão grande o meu desespero! Dê aos homens um pouco de amor.
           Só em Ti eu tenho esperança, e não vai passar sem me ver!
           Pois, já vejo um exército de anjos que enviou para me socorrer.

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