A O meu peito está em chamas como
as matas do Brasil!
Porque a ambição é tudo e não é
nada!
As loucuras que se fazem agora,
nunca foram esperadas.
É o homem buscando o fim: de
cimento forra a praça,
o céu, de negras fumaças, nos
rios venenos mil!
Há inverno em dezembro! O tempo
se confundiu!
As flores já nascem mortas no
começo de abril.
As árvores já não têm cascas,
revestem-nas óleo
e borracha, que de noite caem
do céu.
O homem fica perplexo olhando ao
arranha-céu!
A chuva é descontrolada: chove
tudo ou chove nada!
E o sol também está assim!
Já não se tem primavera, o
tempo que era dela,
o outono a dominou!
As árvores ficam peladas, sem
forças pra resistir!
Com sua força total trabalha o
bem contra o mal,
mas pouco pode fazer, porque o
mal é mais forte
e o bem tem pouco dote: o mal
vai permanecer,
para ver o homem arrependido,
gritando,
dando gemidos até na hora de
morrer!
Mas, vem chegando à primavera, com perfumes
exóticos e coloridos mil.
Só não vem no tempo certo, mas
também o que se espera?!
Se o inverno é primavera e no
verão a flor surgiu!
Com o outono antecipado, com
início em dezembro,
terminando em abril?!
É a natureza em confusão: é
outono ou primavera,
é inverno ou é verão?!
Não há início nem fim
delimitando a estação.
Já está chovendo óxido,
carbono, ácido e carvão.
Os peixes morrem afogados, os
pássaros tão depenados!
Cambaxirra e gavião.
A natureza reclama. O homem diz
que a ama.
Mas proclama a sua destruição.
É preciso dar um jeito: ver o
certo no defeito;
amar com mais decisão.
Enfrentar a realidade,
arborizar as cidades, e não destruir o sertão.
E na luz da clara idade, ter
por fé só a Verdade.
E ser constante por todo o dia
e ver que a vida é natureza
e nesse amor de certeza
planejar com sutileza
e toda sabedoria o uso racional
no controle da energia.
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