sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

POESIA: A NATUREZA EM CONFUSÃO -02. FAR POE.

A             O meu peito está em chamas como as matas do Brasil!
                Porque a ambição é tudo e não é nada!
                As loucuras que se fazem agora, nunca foram esperadas.
                É o homem buscando o fim: de cimento forra a praça,
                o céu, de negras fumaças, nos rios venenos mil!

                Há inverno em dezembro! O tempo se confundiu!
                As flores já nascem mortas no começo de abril.
                As árvores já não têm cascas, revestem-nas óleo
                e borracha, que de noite caem do céu.
                O homem fica perplexo olhando ao arranha-céu!

                A chuva é descontrolada: chove tudo ou chove nada!
                E o sol também está assim!
                Já não se tem primavera, o tempo que era dela,
                o outono a dominou!
                As árvores ficam peladas, sem forças pra resistir!

                Com sua força total trabalha o bem contra o mal,
                mas pouco pode fazer, porque o mal é mais forte
                e o bem tem pouco dote: o mal vai permanecer,
                para ver o homem arrependido, gritando,
                dando gemidos até na hora de morrer!

                Mas, vem chegando à primavera, com perfumes
                exóticos e coloridos mil.
                Só não vem no tempo certo, mas também o que se espera?!
                Se o inverno é primavera e no verão a flor surgiu!
                Com o outono antecipado, com início em dezembro,
                terminando em abril?!

                É a natureza em confusão: é outono ou primavera,
                é inverno ou é verão?!
                Não há início nem fim delimitando a estação.
                Já está chovendo óxido, carbono, ácido e carvão.
                Os peixes morrem afogados, os pássaros tão depenados!
                Cambaxirra e gavião.

                A natureza reclama. O homem diz que a ama.
                Mas proclama a sua destruição.
                É preciso dar um jeito: ver o certo no defeito;
                amar com mais decisão.
                Enfrentar a realidade, arborizar as cidades, e não destruir o sertão.
         
                E na luz da clara idade, ter por fé só a Verdade.
                E ser constante por todo o dia e ver que a vida é natureza
                e nesse amor de certeza planejar com sutileza
                e toda sabedoria o uso racional no controle da energia.
        WWW.BLUGGERjcorreasomente.blogspot.com.br


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