segunda-feira, 28 de setembro de 2015

POESIA: ASSOREADO! – 089– FAR X.

                        O rio foi soterrado, uniu este lado com o lado de lá!
                        Não há água sob a ponte! Não é hoje com antes!
                        Construíram muitos prédios onde era o seu lugar.

                        Não tem leito e nem tem berço no qual possa se deitar!
                        Com certeza na enchente, vai surgir tão de repente,
                        E sem se importar com a gente, destruir este lugar!

                        As montanhas são feridas! Desprezaram suas vidas!
                        Quantas baleias atingidas com veneno no arpão?
                        Ele está endurecido! O louco virou bandido; é mesmo sem coração!
                       
                        Essa gente que se amarela, se abriga na favela; já não tem onde ficar?
                        É também sem compromisso! Nunca tem nada com isso!
                        E se abarrota de lixo, tropeça no edifício e chuta o meu calcanhar!

                        Quem se diz autoridade, governador da cidade, já vive um pesadelo!
                        O povo pede socorro, o do centro e o de lá do morro,
                        É uma só situação! E ele também é ferido pela mesma maldição!

                        Nada se faz sem ter ordem. E o silêncio é permissão.
                        A falta de entendimento tornou o homem em jumento,
                        Pois desse jeito eu não aguento: Com tanta legislação!

                        O homem não tem palavra. Não cumpre aquilo que prometeu.
                        E se preciso ele mata o outro como a barata, que voa sem ter pudor,
                        E ainda faz o enterro, chora nos seus cotovelos, dizendo que tem amor!
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