quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

POESIA: INSPIRAÇÃO - 279- FAR V.

Não me inspirei em Dante ou em Cavalcanti,
Não voltei a Gil Vicente; não fiz comédia nem ópera.
Não visitei Cervantes e nem Camões e nem Bocage,
Fiquei aqui no meu Brasil, e reduzi minha viagem.
    
Para falar das coisas feias usei à Boca do Inferno,
Gregório me disse aos berros e o silêncio se perdeu!
Não me calei, fui ao fundo e falei do mundo imundo!
Desse mundo que eu também vim a pertencer.

Eu queria mais liberdade do escravo ao ditador,
E busquei em Castro Alves o elo libertador.
No tombo do corpo ao mar, na chibata a estalar, na fuga,
Na rebeldia, no clarear da noite misturada com o dia.

Em Vieira busquei amparo e segurança, paz em Deus e crianças!
Prosperei em Alencar e via a índia nua se banhando.
Linda com cabelos pretos e com os lábios de mel!

Não me perdi em besteiras e fui a Manuel Bandeira,
E vi em Cinzas a vida, no pulmão vi a ferida, que cedo o apagou!

Não quero sentir tristeza, quero falar do amor!
Vou embaixo e vou encima de Machado a Carolina,
De Azevedo como eu falo do Namoro a Cavalo.

E dos artistas atuais Vinícius, Chico Boarque, Caetano!
Gal e Gil, Roberto e Erasmo Carlos. Como é rico o meu Brasil!

São tantos os grandes artistas de sentimento criador,
Que cantam em prosas e em versos a alegria e a dor!
Que elevam a nossa vontade de maior libertação,
E de extinguirmos as diferenças e sermos todos irmãos!

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