sábado, 19 de setembro de 2015

POESIA: CLIMATEMÁTICA! – 081– FAR X.

Derrete o gelo do polo. É do coração o dolo; o vento sopra em tufão!
A chuva do céu não desce, o solo se endurece e nega a reprodução.
O homem constrói cisternas para o verão que se inverna,
Guardando a água escassa, que cai da nuvem que passa num milésimo de fração!

A vida é de sacrifício! Mas, o que tem você com isso vivendo numa mansão?
E se tem a água encanada, come até de madrugada; não se envolve na questão!
Do sol queima sem pudor, da terra sai um calor, que até faz rachar o chão!
O homem se faz atrevido, forte, desiludido, e foge do seu quinhão.
                       
Deixando para trás os laços, levanta seu fraco braço para dizer; volto já!
Mas não se encontra seguro, pois vai saindo tão puro com o estômago a roncar!
Nem vai levando panela, não tem fósforo e nem tem vela, mas queima o seu coração!
Vê cada vez mais distante a terra em que se criou o seu pai, o retirante, que foi antes, não voltou.

Quem já nasceu na cidade e ainda tem pouca idade, só maldiz a natureza!
Pelas enchentes das ruas, as quais lhe trazem o desconserto, e do mendigo tira o leito.
Do pobre destrói a morada, que era um barracão, e o homem se abrasa e suja de lama o seu pão.
Aparecem os entendidos, iluminados, floridos, para nos dar explicação!

Dizem que choveu em demasia, se entrelaçam e com porfias, falam da própria visão.
Mas continuam com a barragem sobre o solo da cidade: É a impermeabilização!
Se a água corre por cima, querem construir piscina debaixo do arranha céu.
E pôr água lá no fundo, para se mostrar ao mundo como foi o amargo o mel!

Não tem culpa a natureza se o pão da sua mesa um dia vir a faltar!
E também secar na barragem, a que produz muitas voltagens para nos iluminar!
É você que faz as leis, que cobra no fim do mês tudo que eu posso gastar,
E determina o que eu faço, manda-me seguir os meus passos, e me faz acreditar.

Por isso sou responsabilizado, não me excluo desse dado, porque me expressei na questão.
Quando eu fui consultado havia outros ao seu lado e pus em você a razão.
Em você me represento, e lhe dou do meu alimento, para me representar!
Não fuja do compromisso, dizendo: que tenho eu com isso! Que eu lhe tiro de onde está!

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