terça-feira, 23 de junho de 2015

POESIA: ATE AS AVES VOLTAM PARA VER – 270- FAR IX.


            Até as aves fazem arribação e voltam para ver, chocar, e nascer lá no sertão.
            E todo um povo voa à toa em toda direção em busca incessante de seu pão,
            Porque a terra é boa, mas o homem fica à toa e vive da exploração!
                       
            Todo dia fazem manchete no rádio e na televisão, mostrando ao mundo,
            A miséria, que sobre o povo impera, devorando o cidadão!

            Faz ao homem como dantes, e aquele retirante não pode gora voltar;
            Perdido é na cidade, conheceu a vaidade: que tristeza é o seu lugar!

            O povo sem cultura é explorado, é massa para toda construção,
            Ao homem se escraviza na cidade, e temores não o deixam no sertão.

            Analfabeto fica entre a cruz e a espada, com fome não consegue aprender!
            E sempre lhe acontece à mesma coisa: a luta faz o homem se esquecer!

            E eu não posso comparar a ave solta com o homem retirante do sertão,
            Porque a ave livre volta ao ninho, mas o homem cai no laço da prisão!

            Muitos se esquecem de seus filhos, da mulher que entregou seu coração,
            Porque bebeu cachaça na sua ignorância e caiu no fundo de um alçapão!
            Perdido acordou já num barraco, num leito despido e fraco, e sem pudor!

            E já não é chamado retirante; no laço de outra família ele mesmo se amarrou!
        Prisioneiro da ilha, que ele mesmo edificou; deixando sem esperança, lá no sertão,
            A criança, a mulher e o seu lugar; e não é mais retirante, pois já não pode voltar.
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