Eu sei que
você passa no meio da gente, olhando para frente. Não quer nem nos ver!
Mas nós
estamos doentes do corpo e da mente. A droga está destruindo o nosso ser!
Não queremos
a liberdade que dizem que temos direito. Não podemos ficar desse jeito!
Nós estamos
viciados pelas drogas, com o querer dominado: não sabemos escolher.
Não há
ninguém com o seu juízo perfeito, assim desse jeito, preferindo morrer a viver.
Deixem de
falar hipocrisia. Nós não queremos que nos deem os direitos de cidadãos!
Porque
estamos derrotados, dementes e depauperados e não conhecemos a razão.
Por favor,
mandem socorro! Venham nos resgatar com força, e mandem alguém nos cuidar!
Já somos
como carnes estragadas; fedemos as ruas, os jardins e as calçadas, e em todo
lugar!
Tenham
senhores de nós compaixão. Abram o seu coração, e a nós não nos deixem nos
matar!
Amanhã pode
ser tarde, porque já estamos corroídos. A droga nos furou o tímpano do ouvido?
Já somos
confundidos com ladrões, vadios e bandidos, e de ninguém mais somos queridos!
Não faremos
falta a ninguém. Apenas vão dizer que foi mais um que já mui tarde se
escafedeu.
Mudou de
lugar para outra esquina! Nem vão perceber que apagaram a luz da nossa
lamparina!
Não temos
direito, porque não temos entendimento, somos como o filho da égua com o
jumento.
Assim nesse
estado, é possível que morramos enganados e nem baixemos o número do
eleitorado!
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