O ENCARCERADO-FAR XIV-133.
Como posso
cantar na prisão, se aqui não encontro paz?
Como posso
soltar a minha voz, se estou amargurado?
Como expressar
meus pensamentos, se estou sendo censurado?
Como posso me
defender, se nada que eu falo é escutado?
Os
que se dizem meus credores, me vigiam noite e dia!
Até
o meu gemido é censurado! A minha dor não tem crédito!
É
a liberdade, a que eu busco, quando todo mundo acordar,
Eu
sei que me julgarão
inocente, e isso não me vai adiantar!
Procuro
me encontrar de noite, quando me deito para dormir.
Mas
os meus pensamentos se voltam para o meu passado,
E
eu me vejo ainda como moço forte, no meio de tanta gente!
Mas
estando eu, ainda aqui nessa prisão muda e surda, tão isolado!
Não
posso desacreditar no que eu acredito. Não posso me calar!
E
eu mais acredito,
porque são muitas bocas que dependem do meu grito!
Por
isso eu gemo nesta grande dor, no silêncio da minha separação.
Não
prendo o meu pensamento, e nem deixo de esperar a liberdade.
Os
meus amigos estão dormindo?! Mas eu não consigo aqui dormir!
Parece
que eles me chamam a sair. Por que eu ainda estou preso aqui?
Procuro
entender os meus castigos. Mas não encontro razão para eles!
Combato
os que me combatem. E fazendo isso não me cansarei nunca.
A
minha esperança está na justiça. Todavia, ela olha vendada para
mim!
Aguardo
o amanhecer de cada dia. Ansioso, esperando por ela, acordado.
Mas
ela se fechou completamente, e para não me ver e nem me ouvir,
Vendou
os olhos e fechou os ouvidos. E não fez caso algum do meu gemido!
Espero
que o Juiz Supremo dos juízes promova o seu justo julgamento lá,
Sobre
os que me julgam aqui, e com justiça, coloque cada um no seu lugar.
Espero
que a minha recompensa: meu castigo seja segundo as minhas obras,
Que
as suposições desapareçam, e a verdade seja conhecida em todo o
mundo!
Eu
queria tanto descansar a minha mente! Não deixo de pensar na minha
gente!
Quem
sabe a Justiça abra os olhos para mim, e me liberte hoje dessa muda
prisão!
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