DENÚNCIAS – 248. FAR XI.
O homem que era temido
se fez atrevido e caiu das alturas!
Perdeu a sua fala mansa.
Ficou sem esperança: está na sepultura!
Caiu como a banana podre
cai do cacho e de cabeça para baixo.
Agora anda articulando
uma saída, mas está quase sem vida!
Entrou no aposento e se
trancou. E vive suspirando sem notar.
Travou a sua boca num
silêncio, não fala e nem quer aparecer.
Caído em profundo
sentimento. Não sabe o que pode acontecer!
Ainda se escuda no passado,
mas agora se cegou! Não sabe ver.
São rios de denúncias
acusativas, e fraco, não quer mais se levantar.
A cova é cada vez mais
apertada e já prendeu os seus pés o lamaçal.
Seus dedos já estão
comprometidos e roto se tornou seu calcanhar.
Quem sabe a tempestade
se arrefeça e dê um tempo para ele respirar?
Os loucos acordaram do
silêncio e estão gritando como um só acusador.
Eles não sabem o que querem
encontrar, mas faz quem sabe o denunciar.
Agora há rumor por todas
as partes, que faz até o mudo se enaltecer.
Seguro, já não há ninguém
na sua casa e nem há lugar para se esconder!
Os homens já armaram as
arapucas e espalharam laços nos caminhos.
Do alto cai o homem em
desespero. E no poço ele não quer ficar sozinho!
Arrasta com seu peso e sua
força aqueles que queriam se esconder.
Por isso, ninguém vai
chegar a ele, pois sabe que pode se comprometer!
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