MULA-BESTA – 091– FAR X.
Mula-Besta
fedorenta, já encheu a sua venta com éter e pó de farinha?
Engoliu
a desgraçada, comprimida e apertada; sorrindo à Almofadinha!
Embarcou
no avião; driblou a fiscalização, se sentou e ficou só.
Ainda
muita suada, se disfarçando, assustada, pensou que ia escapar.
E
se a cápsula arrebenta com o suco da digestão e entra no organismo?
A
moça passou sorrindo, fingiu que estava dormindo, deu um ronco devagar.
Durante
todo o trajeto, não esteve ali por perto, fugiu no seu pensamento!
Chegou
até ao destino, lavou o seu intestino, sonhou na sua aflição.
Ao
descer no aeroporto, mancava, andava torto; tinha turva a visão!
Tropeçou,
caiu de lado; muito fraco o desgraçado, transpirava em suas mãos.
Levantou-se
e caiu de novo com o seu corpo a tremer, sentiu que ia morrer.
Quis
falar, não conseguiu, mas o policial o viu, correu e veio em seu socorro.
Despertou
no hospital com algemas nos pés e mãos, e já estava operado,
E
não ficou magoado, mas a muitos agradeceu, por se encontrar com vida,
Sentiu-se
arrependida; considerou-se com sorte, pois ele quase morreu!
Hoje
está condenado, na cela que fica ao lado, cumprindo a sua prisão.
Era
livre e não sabia; agora, na cela fria passa os dias a esperar,
Até
que venha a liberdade, seja qual for sua idade, não quer mais se intoxicar!
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