sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

POESIA: MULA-BESTA – 091– FAR X.

                         MULA-BESTA – 091– FAR X.              

                        Mula-Besta fedorenta, já encheu a sua venta com éter e pó de farinha?
                        Engoliu a desgraçada, comprimida e apertada; sorrindo à Almofadinha!
                        Embarcou no avião; driblou a fiscalização, se sentou e ficou só.

                        Ainda muita suada, se disfarçando, assustada, pensou que ia escapar.
                        E se a cápsula arrebenta com o suco da digestão e entra no organismo?
                        A moça passou sorrindo, fingiu que estava dormindo, deu um ronco devagar.
                                   
                        Durante todo o trajeto, não esteve ali por perto, fugiu no seu pensamento!
                        Chegou até ao destino, lavou o seu intestino, sonhou na sua aflição.
                        Ao descer no aeroporto, mancava, andava torto; tinha turva a visão!
                                   
                        Tropeçou, caiu de lado; muito fraco o desgraçado, transpirava em suas mãos.
                        Levantou-se e caiu de novo com o seu corpo a tremer, sentiu que ia morrer.
                        Quis falar, não conseguiu, mas o policial o viu, correu e veio em seu socorro.

                        Despertou no hospital com algemas nos pés e mãos, e já estava operado,
                        E não ficou magoado, mas a muitos agradeceu, por se encontrar com vida,
                        Sentiu-se arrependida; considerou-se com sorte, pois ele quase morreu!

                        Hoje está condenado, na cela que fica ao lado, cumprindo a sua prisão.
                        Era livre e não sabia; agora, na cela fria passa os dias a esperar,
                        Até que venha a liberdade, seja qual for sua idade, não quer mais se intoxicar!

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