segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

POESIA: A NATUREZA EM CONFUSÃO – POESIA- 55.

                O meu peito está em chamas como as matas do Brasil.
                Porque a ambição é tudo e não é nada!
                As torturas que se fazem agora nunca foram esperadas.

                É o homem buscando o fim, de cimento forra a praça,
                O céu de negras fumaças, nos rios venenos mil.
                Há inverno em dezembro, as flores já nascem mortas,
                No começo de abril, as árvores já não têm cascas,
                Revestem-nas óleo e borracha, que de noite caem do céu.

                A chuva descontrolada: chove tudo ou chove nada;
                O sol também está assim.
                Já não se tem primavera, o tempo que era dela o outono dominou.
                As árvores ficam peladas, sem forças vão se vestir!

                Com sua força total trabalha o bem contra o mal,
                Mas pouco pode fazer, porque o mal é mais forte,
                E o bem tem pouco dote: o mal vai permanecer,
                Para ver o homem arrependido, gritando, dando gemidos,
                Até na hora de morrer.

                Mas, vem chegando à primavera com perfume exótico,
                E coloridos mil; só não vem no tempo certo,
                Mas também o que se espera?!
                Se o inverno é primavera e no verão a flor surgiu,
                Com o outono antecipado com início em dezembro,
                Terminando em abril!
 
                É a natureza em confusão: é outono, ou primavera; é inverno,
                Ou é verão?
                Não há início nem fim delimitando a estação!?
                Já está chovendo óxido, carbono, ácido e carvão.
                Os peixes morrem afogados, os pássaros tão depenados:
                Cambaxirra e gavião.

                A natureza reclama. O homem diz que a ama,
                Mas proclama a destruição.
                É preciso dar um jeito: ver o certo no defeito,
                Amar com mais decisão.
                Enfrentar a realidade, arborizar as cidades,
                E não destruir o sertão.

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