Já faz tempo que a
minha Cidade não dorme!
Há um grande reboliço
em todo espaço que há!
Antes da meia noite
ela dormia e no silêncio se escutava,
Como uma pétala a voar
a voz do seu sussurrar.
Hoje não há mais
separação entre o hoje e o amanhã,
Está tudo modificado,
por causa da grande confusão.
Parece-me que o mundo
ficou apertado, se fermentou,
E cresceu, e se
transbordou por todos os seus lados!
Era pequena a Cidade e
o homem nela aparecia!
Havia também alvorada,
pois sempre rompia o dia.
Havia pássaros no
arvoredo; cambaxirra e gavião,
Agora há tropeço de
homens caídos, espalhados no chão!
Há tropeço em toda
parte; e a arte se ocultou,
Pois ninguém olha para
cima nem vê o que Deus criou!
O homem pisa no homem
tentando ficar de pé;
Não tem respeito à
criança e bate o tolo na mulher.
O que hoje me aborrece
muito já me maravilhou!
O homem se entorpece e
confunde o ódio com o amor.
O bafo da sua boca já
não cheira como a flor,
Porque onde era um
jardim florido, agora é esgoto e fedor!
Não dorme, fica
cansada, muito se estressa em seu barulho;
O homem ignora tudo
por causa do seu orgulho.
Há perigo em toda
parte, por causa do Enganador!
Quem deveria guardar a
vida se faz seu Destruidor.
O Ladrão rouba a si
mesmo, mata o pai e o irmão,
Por riqueza e vaidade
se prende à condenação.
O homem se desumaniza,
fica frio e endurece;
Quanto mais quer
segurança, mais a violência cresce.
Sonha de olhos abertos,
sente medo de não mais acordar!
Mas
acorda sem ter dormido e volta se a movimentar.
A minha Cidade há muito
não dorme e já não pode parar,
Mas, quem vive na
minha Cidade, precisa se despertar!
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