domingo, 21 de janeiro de 2018

POESIA: DENÚNCIAS – 248. FAR XI.

DENÚNCIAS – 248. FAR XI.

O homem que era temido se fez atrevido e caiu das alturas!
Perdeu a sua fala mansa. Ficou sem esperança: está na sepultura!
Caiu como a banana podre cai do cacho e de cabeça para baixo.
Agora anda articulando uma saída, mas está quase sem vida!

Entrou no aposento e se trancou. E vive suspirando sem notar.
Travou a sua boca num silêncio, não fala e nem quer aparecer.
Caído em profundo sentimento. Não sabe o que pode acontecer!
Ainda se escuda no passado, mas agora se cegou! Não sabe ver.

São rios de denúncias acusativas, e fraco, não quer mais se levantar.
A cova é cada vez mais apertada e já prendeu os seus pés o lamaçal.
Seus dedos já estão comprometidos e roto se tornou seu calcanhar.
Quem sabe a tempestade se arrefeça e dê um tempo para ele respirar?

Os loucos acordaram do silêncio e estão gritando como um só acusador.
Eles não sabem o que querem encontrar, mas faz quem sabe o denunciar.
Agora há rumor por todas as partes, que faz até o mudo se enaltecer.
Seguro, já não há ninguém na sua casa e nem há lugar para se esconder!

Os homens já armaram as arapucas e espalharam laços nos caminhos.
Do alto cai o homem em desespero. E no poço ele não quer ficar sozinho!
Arrasta com seu peso e sua força aqueles que queriam se esconder.
Por isso, ninguém vai chegar a ele, pois sabe que pode se comprometer!

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