A minha poesia não tem ímã; mas rima a linha
de baixo com a de cima!
Não
tem cola, mas descola por prêmio uma bola na sacola da escola.
Ela
enxerga e não tem olho! Às lêndeas nos cabelos são de piolhos.
Por
ela fiz o gato bater com a pata na lata e derramar do leite a sua nata!
Livrei
o menino de ser pirralho e o velho de ter seu corpo em frangalhos!
Busquei
na sabedoria e vi que nela havia muito mais do que eu sabia!
Também
eu invoquei o meu amigo, para que ele não caísse em perigo.
Falei
de coisa séria e me espantei, quando vi o homem sábio na miséria!
Chorei
muito, porque vi que o juiz fazia mais que a justiça à pessoa infeliz!
Da
arma levantada, à alça vi prolongada a mira e vi a verdade da Mentira.
Sai
pelo mundo em busca de um bom plano e acabei cruzando um oceano!
O
meu boneco robô me enganou; foi à cozinha matou a Fome e se apresentou.
À
noite, no silêncio da cozinha, ouvi falar fininha a voz apavorada da vizinha!
E
ainda dizem que eu não rimo? Mas é só porque eu fiz a Margarete do Firmino!
As
minhas palavras são de liga pura, as quais prendem o homem à causa futura!
Quem
diz que não há rima, se eu comecei embaixo e agora estou bem por cima!
Podem
me criticar os puritanos, mas o que eles dizem sobre mim, é puro engano!
E engano eu não quero nos meus anos,
e nem que eu venha a ser culpa do fulano!
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